16 novembro, 2005

Ken Park

Assisti, há alguns dias, um pequeno documentário no DVD de “A Profecia” no qual um dos diretores falava de filmes os quais você é uma pessoa antes de assistir e outra depois. É exatamente isso que acontece quando se assiste Ken Park.
Se trata de um filme feito pra incomodar, trata na sua maior parte dos piores defeitos que o ser humano pode ter: adultério, abuso sexual, alcoolismo, drogas, violência, entre outros. Por incrível que pareça a parte mais leve e que passa um certo tipo de esperança para o espectador é um ménage a trois quase no final do filme.
Ken Park é um filme sem atores principais, com pequenas histórias contadas individualmente a respeito da vida de cada integrante de um grupo de cinco amigos, até o personagem que dá nome ao filme aparece somente nos momentos em que sua história é contada.
Não recomendo este filme, mas como disse no início, quem chegar a vê-lo com certeza não será mais a mesma pessoa. O único mérito de Ken Park, e acredito que foi proposital, é que a visão da combinação de tanta coisa ruim que um ser humano pode representar com certeza nos faz querer ser uma pessoa melhor.

12 outubro, 2005

Sensações

Ele conheceu o namorado dela no colégio, estudavam sempre juntos e eram grandes amigos, Ela havia crescido com a namorada dele, desde crianças se consideravam melhores amigas, os quatro ocasionalmente saiam juntos, iam a cinemas, festas, jantares...
Isso tinha sido há quatro anos, agora Ela estava estudando no Rio de Janeiro e estava noiva de outro rapaz, Ele estava namorando outra e acabando sua pós-graduação, não se viam há muito tempo e aquela ida dele ao Rio para assistir algumas palestras parecia a ocasião ideal para se reverem e colocarem o papo em dia.
As palestras iriam lhe ocupar a semana inteira, combinaram então de se encontrarem no fim de semana, Ele também teria que passar em algum Shopping Center para comprar uma lembrança para a namorada que havia ficado muito enciumada com essa história de ele ir encontrar uma antiga amiga que ela nem sequer conhecia.
O noivo dela, que o conhecia “de vista”, não havia dado nenhuma opinião contra ou a favor desse reencontro. Confiava nela, estava quase tudo certo para o casamento no meio do ano seguinte, quando Ela retornasse a Belém. O noivo até tinha mandado por Ele um presente de aniversário atrasado, já que não havia conseguido ir ao Rio na ocasião em que Ela completou vinte e cinco anos.
Na verdade, nos tempos em que estavam com seus antigos pares, os dois nem se falavam muito, nada além do que conversas sobre coisas em geral como algum filme que Ele havia gostado ou uma banda que Ela estivesse ouvindo. Algum tempo depois dela viajar, já noiva, Ele, solteiro, estava limpando sua caixa de e-mails e achou o endereço eletrônico dela, resolveu mandar um “oi” para perguntar como estavam as coisas. Passaram a conversar bastante via internet desde então.
Chegou então a semana da viagem dele ao Rio, sua namorada mais uma vez lhe falou que nunca ia perdoar qualquer coisa que ele fizesse, e mais uma vez ele a tranqüilizou dizendo que nunca nada havia acontecido entre eles e não era agora que ia acontecer. Ele achava engraçado essa insegurança da namorada, estavam juntos há poucos meses, ainda não era algo muito firme, mas Ele pretendia levar o namoro a sério.
Na quinta-feira a noite Ele ligou para Ela, conversaram sobre as palestras dele, as aulas dela, Ela falou sobre como era difícil morar longe dos amigos e que estava muito feliz porque Ele estava por lá. Combinaram então de se encontrar em um Shopping Center na manhã de sábado. Uma estranha inquietação tomou conta dela.
Chegado o sábado Ele já havia arrumado todas suas coisas, visto que no domingo viajaria de volta para Belém, deixou fora da mala apenas a roupa que iria usar para Sair com Ela e a roupa da viagem. Pegou um táxi até o Shopping e foi até o local onde haviam combinado de se encontrar. Ela havia chegado um pouco antes do horário marcado, aproveitou para comprar uma lembrança para Ele e depois seguiu pra frente da loja onde havia pedido para ele esperá-la.
Ele já estava lá, abraçaram-se demoradamente, sem disfarçar o contentamento de se verem novamente após tanto tempo.

- Pra você. – disse ela entregando uma caixinha a Ele.
- Ah... Obrigado, olha o que o teu noivo mandou. – disse, entregando a ela um pequeno embrulho – E esse é meu, pra você – dando-lhe agora uma caixa consideravelmente maior.
- Olha... Não precisava, viu? A anfitriã aqui sou eu. – Ela disse, ficando um pouco envergonhada.

Foram almoçar, conversaram muito, sobre Belém, sobre as pessoas chatas de Belém, sobre a experiência dela de ir morar sozinha no Rio, sobre o medo que Ela sentiu nas noites das primeiras semanas...

- Mas agora tá tudo bem, né? – Ele disse segurando a mão dela.
- É... Tá sim... – ela respondeu, apertando um pouco a mão dele.
- ...
- Vamos comprar então o presente? – Ela disse, pra interromper aquele momento estranho.
- Pra quem? – Ele respondeu, ainda meio atrapalhado.
- Da tua namorada, menino!
- Ah... Sim, vamos sim!

E se levantaram. Passearam um pouco, entraram em várias lojas, compraram uma blusa que Ela escolheu, porque Ele não tinha a menor idéia do que comprar para a namorada, que nem se fazia presente nos pensamentos dele naquele momento, estava com uma sensação esquisita que Ele não conseguia entender. Resolveram ir ao cinema, Ele pagou pelos dois ingressos sem se importar com os protestos dela.
Ao fim da tarde resolveram caminhar pelo calçadão até o apartamento dela, Ela ia dizendo a Ele que fazia tempos que não se divertia tanto, agradeceu pelo dia que tiveram e também pelo ingresso do cinema. Pararam na porta do prédio e ficaram frente a frente de mãos dadas, um beijo num rosto, no outro e um terceiro, inesperado, na boca.

- Quer subir? – Ela.
- Quero. – Ele.

Na manhã seguinte Ele saiu do prédio segurando o presente da namorada, a sensação esquisita agora lhe apertava o coração, mas ele já não se importava mais com isso.

27 setembro, 2005

Must Love Dogs – Muito Além do Orkut.

Assisti domingo ao filme Procura-se Um Amor Que Goste de Cachorros, Must Love Dogs, no original. O enredo em si, numa escala de 1 a 10, merece nota 6, mas alguns detalhes no desenrolar da história fazem valer a pena assisti-lo.
Sarah (Diane Lane) é a protagonista, para quem a irmã cria um perfil no Perfectmatch.com com os seguintes dizeres - Voluptuous, sensuous, alluring and fun. DWF seeks special man to share starlit nights. Must love dogs. - O perfil é visto por um amigo de Jake (John Cusack), que manda uma mensagem em nome deste se dizendo interessado em conhecer Sarah, complicado? Nem tanto.


Um dos pontos mais batidos no filme é o relacionamento via web, os sites de encontros, onde, segundo o filme, 90% das pessoas inscritas passam informações mentirosas ao seu próprio respeito, e desses 90% pelo menos a metade é composta de chatos, inconvenientes, e sem o mínimo de “semancol”, o que não é uma grande fuga da realidade.
O que é interessante e diferente numa comédia romântica com aquela velha fórmula - rapaz e moça se conhecem, se apaixonam, acontece algo e eles se separam, mas no fim se reconciliam, o amor é lindo e a vida é bela - é que o personagem principal não é o rapaz, e sim a moça, que na verdade nem é uma moça, e sim uma mulher de seus quarenta e poucos anos, divorciada e cuja família não faz outra coisa que não seja perturbar para que ela arranje logo um substituto para o marido do qual se divorciou há 8 meses.


Outro ponto alto é o modo como é retratado o pai (Christopher Plummer) de Sarah: A primeira vista parece ser um velho libertino e safado que tem várias namoradas, conhece todas através dos sites de encontro, e não faz a mínima questão de esconder isso, nem da família nem das próprias namoradas. Em certo ponto é interrogado pela filha sobre não ter medo de magoar as mulheres com as quais se envolve, ao que ele responde que é muito franco com todas, e que só teve um grande amor na sua vida, que foi sua falecida esposa.

A verdade é que em alguns momentos o filme se perde, e algumas seqüências são dispensáveis, fazendo com que ele se alongue por mais tempo que deveria. É um bom filme que fala sobre o amor, provações e recompensas para os que conseguem alcança-lo e mantê-lo. John Cusack já fez papeis melhores em filmes melhores ainda, mas esse até que vale o preço do ingresso.

Site oficial: http://www2.warnerbros.com/mustlovedogs/

21 agosto, 2005

Câmera do Cotidiano 02

Enquanto não vem a inspiração...

Foto que eu já vinha querendo bater há muito tempo:


Banca do Gayoso!


Mostrei a foto para alguns amigos ontem, a procura de explicação para tão exdrúxulo nome para uma banca de revistas e chegamos a conclusão de que GAYOSO se trata de uma junção de duas palavras, as quais não conseguimos chegar a um acordo de qual seria.
As hipóteses levantadas foram:

Gay Idoso
Gay Gostoso
Gay Seboso
Gay Saudoso
Gay Amistoso
Gay Maravilhoso
Gay Raivoso
Gay Bondoso
Gay Caridoso
Gay Saboroso
Gay Horroroso
Gay Jocoso
Gay Pomposo
Gay ...

Houveram muito mais hipóteses, que não me ocorrem no momento... caso alguém tenha mais algum palpite sinta-se a vontade de colocar nos comentários :P

25 julho, 2005

Enquanto isso em uma praia qualquer... *

Maumau:
- Chuchu, você viu o meu boné?
Thabata:
- Qual amore? Aquele que seu primo trouxe do Paraguai?
Maumau:
- Shhh, fala baixo, falei pra todos meus amigos que era um Von Dutch autêntico.
Thabata:
- Ahh... Tá bom, tá ali no carro...
Maumau:
- Vou pegar porque me disseram que o fotografo do jornal ta aqui batendo fotos da galera, e eu não posso sair sem o meu Von Dutch.
Thabata:
- Aquele fotografo da coluna social?
Maumau:
- Isso ai chuchu.
Thabata:
- Ai Meu Deus, se eu soubesse tinha vindo com um biquíni menorzinho, e agora? Cadê a Kaka, a Isa e a Heleninha? Não posso sair na coluna social sem elas, se bem que elas iam morrer de inveja.
Maumau:
- Lá vem elas, essas invejosas, espera que eu vou chamar o Caio, o Junior e o Samirzinho.
Thabata:
- Amigaaasss, o fotografo do jornal ta na praia!
Elas:
- AAAaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
Kaka:
- Vamos matar todas de inveja amigas.
Isa:
- Ai, da pra ver minha tattoo? To bem bronzeada?
Heleninha:
- É hoje que eu saio na coluna social!
Eles:
- Lá vem o fotografo!!!
Elas:
- AAAaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
Caio:
- Será que ele vai bater a nossa foto?
Junior:
- Não esquenta que eu já dei uma grana pra ele, põe whisky pra mim que eu vou sair de copo na mão!
Samirzinho:
- Finalmente todo o dinheiro que gastei em bomba vai valer a pena!
Fotografo:
- E ai pessoal, vamo bater uma foto? Todo mundo olhando pro horizonte, sorrindo galera...
Thabata:
- levanta bem a bunda Heleninha.

*CLICK*

Thabata:
- Posso ver? Posso ver?
Elas:
- AAAaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
Thabata:
- Ficou liiiiiiiinda, olha amor.
Maumau:
- Só... é a glória.
* Este é um texto ficticio, qualquer semelhança de lugares ou pessoas será a mais pura, ingênua e desproposital obra da coincidência.

14 junho, 2005

Câmera do Cotidiano

Uma singela e póstuma homenagem ao melhor fotolog de todos os tempos:
Um fato estranho, além da grafia de Reggae, é: o que um DVD da Disney e outro do Pinóquio estão fazendo nesta prateleira??
Foto tirada por mim e meu magnifico celular nas Lojas Americanas (como se vê no papel no vidro) do Shopping Iguatemi daqui de Belém.

10 junho, 2005

Sonho 01



Na noite passada, sonhei que estava fazendo compras em um supermercado. Mas não era um supermercado comum, todos os funcionários e clientes eram pessoas bonitas e alegres, e o mais esquisito: em vez de andarem normalmente, trabalharem ou fazerem suas compras, eles dançavam e cantavam pelos corredores. Foi então que percebi a aterradora realidade: estava em um comercial de supermercado!

Tentei não me intimidar com as dancinhas coreografadas, casais que pegavam produtos sem nem olhar para as prateleiras, nem com as alegres donas de casa correndo atrás de suas alegres crianças que carregavam inúmeras garrafas de dois litros de refrigerante. Mas percebi que não seria fácil quando fui pedir alguma informação a um funcionário que me respondeu no ato:

- Você é liiider do Liiider!

“Que porra é essa?” pensei eu, me afastando calmamente, mas percebi que a bermuda e as havaianas, que costumeiramente uso quando vou ao supermercado, chamavam a atenção dos demais figurantes do comercial, que estavam estranhamente bem vestidos para apenas fazer compras. Notei que estava sendo observado por um pequeno grupo formado por um jovem pai solteiro, uma “caixa” loira de olhos azuis, um cortador de queijos musculoso e um autentico “sushiman” japonês.



Entrei em desespero, chutei o carrinho em direção ao grupo e sai correndo derrubando todos que estavam no caminho: uma cantora de axé, um peixeiro e um casal de velhinhos apaixonados. Estava quase na saída, pensando que estava a salvo quando o jovem pai solteiro deu um pulo espetacular por cima dos carrinhos enfileirados e caiu bem na minha frente, impedindo minha fuga.

Me virei e vi todos os figurantes se aproximavam em grupo tal qual zumbis em algum filme B, eram liderados pela cantora de axé, mas não pareciam com raiva de mim, pelo contrário, continuavam a sorrir, cantar e dançar, pensei que não seria tão ruim assim, mas no instante seguinte fui carregado pelo casal de velhinhos apaixonados (o velhinho estava mancando, provavelmente por causa da queda que levou na hora do empurrão) e jogado no meio da turba, que agora me levavam, sempre cantando e dançando, em direção as portas do frigorífico. Tomado pelo pânico, dei um grito aterrorizado que acabou me acordando.



Acho que os supermercados deveriam investir menos em propagandas para a televisão, Ou então mudar o estilo dos comerciais. Pessoas felizes, cantando e dançando em supermercados me dão medo.

29 maio, 2005

Uma luz no fim do túnel.

Depois de longos dias de lamentações sobre dinheiro jogado fora, finalmente uma boa noticia:

Los Hermanos no Yamada Tim Festival II (aka Fest Rock Pará).
Para quem duvida do milagre é só olhar aqui, o rapaz com a barba de Matusalém é a nona figurinha verde presente na página.
Agora é só torcer para que o Cidade Negra e a Tribo de Jah desistam!

10 maio, 2005

80´s Revival Non Stop

Parece que está longe de acabar este Revival dos anos 80, ótimo pra alguns, péssimo pra outros.

Pra quem curte o MSN botou alguns clássicos bem aqui.

Pena que só dá pra ouvir trechos... ou comprar pela bagatela de $ 0,99.
Então é só clicar, relembrar e, se valer a pena, baixar no Kaaza ou similares.

09 maio, 2005

Mais "Igual A Tudo Na Vida"

Reli o texto que postei aqui ontem e percebi que falei o quanto era bom, falei do Woody Allen, mas esqueci de falar um pouco mais sobre a história.

Então lá vai:

Jerry Falk (Jason Biggs) é um escritor de comédias, que apesar de estar na casa dos 20 anos, já foi casado e se divorciou. Agora ele mora com a namorada Amanda (Cristina Ricci) que logo no inicio se mostra completamente neurótica, mas segundo Jerry é um doce de pessoa. Com o desenrolar da história vemos Jerry metido nas mais diversas confusões familiares, que também incluem a sua sogra que, como a filha, não bate muito bem da cabeça.

Para tentar se manter são e procurar por respostas, Jerry freqüenta um psicólogo que o deixa mais frustrado ainda, não o ajuda em nada e se mantém calado e distante na maior parte da consulta. Até esse ponto o espectador acredita que a única solução para Jerry é o suicídio, isso porque ainda não foi mostrado que ele tem um empresário (Danny Devito) que é totalmente desacreditado no mercado profissional, quase não arranja contratos e dos poucos que consegue leva 25% do lucro.

Nesse meio termo Jerry conhece outro escritor, talvez o mais maluco de todos os personagens que já apareceram até aqui, David Dobel (Woody Allen). Dobel é extremamente paranóico e verborrágico, a cada cinco minutos de conversa solta uma palavra totalmente desconhecida, o que impressiona Jerry, que com o passar do tempo passa a ver uma certa razão no discurso inflamado e ensandecido do velho escritor.

Igual A Tudo Na Vida” – originalmente “Anything Else” - é um desses filmes de titulo simples, mas com história complicada que vai se resolvendo aos poucos. Não tem grandes pretensões de passar uma lição de moral, mas ensina muito a quem presta atenção nos pequenos detalhes.

Igual A Tudo Na Vida


“Só porque eu o repilo sexualmente não quer dizer que eu não lhe ame”

Acabei de ver este, que acredito que seja o trabalho mais recente de Woody Allen, sei que meu gosto cinematográfico não bate com o de muita gente, mas eu o recomendo pra qualquer pessoa que curta um bom filme. “Igual A Tudo Na Vida”, consegue seguir o mesmo padrão da maioria dos filmes do Woody Allen, mas com um diferencial: Não tem a cara dos filmes do Woody Allen, por mais paradoxal e absurdo que possa parecer.



Jason Biggs interpreta Jerry Falk, um escritor que é quase um loser que não consegue se separar das pessoas, sejam elas sua namorada, um psicólogo que não dá a mínima pra ele ou seu agente que não consegue bons contratos. Uma tendência em todos os filmes realmente bons que tenho assistido ultimamente, é que os grandes astros na verdade são os diálogos, e nesse “Igual A Tudo Na Vida” não é diferente, o personagem de Jason Biggs trava batalhas verbais memoráveis com o de Woody Allen (David Dobel, outro escritor, com idéias completamente loucas, que de um modo mais louco ainda, conseguem fazer sentido) e com o de Cristina Ricci (Amanda, namorada de Jerry).



Confesso que não sou um grande fã dos filmes do Woody Allen, a maioria de seus filmes que assisti não me fedem nem cheiram, detestei “Celebridades” e até achei engraçadinho um, que não me recordo o nome, cuja história gira em torno de uma loja de biscoitos que serve de fachada para um grande roubo, e que no final acaba dando mais dinheiro que o próprio golpe. Mas “Igual A Tudo Na Vida” conseguiu superar minhas expectativas, Jason Biggs mostra que é bem mais do que o adolescente bobão de “American Pie”, Cristina Ricci está espetacular, Danny Devito, como sempre, não decepciona e Woody Allen é perfeito no papel de sessentão neurótico e com mania de perseguição. E o melhor de tudo: no final nenhum espertinho vai ter o prazer de dizer “eu já sabia”.

03 maio, 2005

Lei de Incentivo ao Banho

Gostou? É Essência de Chorume Nº 5.

Quando o Brasil se tornar um país sério, e eu ocupar a posição de autoridade suprema, será instituída a Lei de Incentivo ao Banho. Basicamente essa lei anulará socialmente o individuo que acha bonito sair de casa fedendo e perturbar com o seu futum os outros que têm a preocupação em manter a higiene. Para melhor entendimento da lei daqui em diante entenda-se IH como Individuo Higiênico e IF como Individuo Fedorento.

Existirão as Filas Pra Quem Toma Banho, que funcionará praticamente igual como é vista nos dias de hoje, mas será restrita ao usuário qualificado como IH, e as Filas Pra Quem Não Toma Banho, nas quais o usuário terá que suportar além do seu, o mal-cheiro dos outros IF´s também. Enquanto a Fila de Quem Toma Banho flui com rapidez e normalidade a Fila de Quem Não Toma Banho demorará horas para andar, pois no seu guichê de atendimento sempre estará de plantão o funcionário mais preguiçoso, que mais faz pausas pro cafézinho, conversa fiada no telefone e nunca sabe mexer direito no computador, que aliás vai travar a cada cinco minutos.

Também serão instaladas as magníficas Salas de Cinema Pra Quem Toma Banho, que exalarão um suave perfume de flores do campo, das quais o IF deve manter uma distancia mínima de 100 metros, e as Salas de Cinema Pra Quem Não Toma Banho, onde o IF poderá compartilhar momentos felizes com seus semelhantes, assistindo aos melhores filmes produzidos na Sérvia, Paquistão e Suriname. Pagando apenas o dobro da quantia que o IH pagará nas Salas de Cinema Pra Quem Toma Banho.

Funcionários do governo fiscalizando a população.
Acredita-se que o IH será mais beneficiado pela Lei de Incentivo Ao Banho no campo dos transportes aéreos. Os aviões direcionados ao publico IH serão sempre os “top de linha” das companhias, com todo o conforto que lhes é de direito: poltronas reclináveis, televisores e telões de última geração, sistema de som, buffet de pratos variados e a equipe mais bem treinada para a satisfação do cliente. Já para o IF serão reservados os melhores modelos de aviões produzidos na década de 50, que infelizmente não poderão contar com um atendimento cinco estrelas, visto que os profissionais mais gabaritados estarão trabalhando nas Companhias de Aviação Pra quem Toma Banho. Apesar disso não são previstos maiores transtornos, afinal quem não gostaria de passar horas agradáveis sendo atendido por aeromoças com halitose crônica, se fartando das melhores refeições feitas da mais saudável soja e além de tudo, estar contribuindo para o aprendizado de pilotos com pouca ou nenhuma experiência de vôo?

E não vai parar por ai, também serão feitos para o IH e o IF: ambientes separados em restaurantes, salas de espera em consultórios médicos e odontológicos, elevadores, escadas rolantes, Shopping Centers e muito mais.

Falando sério, se essa lei não passar é por que nenhum dos deputados e senadores tiveram a massacrante experiência de ficar duas horas do lado de um fedorento que conseguiu empestear o cinema inteiro ou 20 longos minutos na fila do banco atrás de outro que parecia ter participado de uma orgia de porcos e gambás.

01 maio, 2005

Rock´n´Roll can never die

Acabo de chegar de uma festa que seria uma versão de outra muito conhecida em São Paulo, a Trash 80´s. No inicio, muisquinhas internacionais bem bacanas dos anos 80, mas estava tudo um pouco desanimado, lá pelas tantas começou a tocar uma bandinha, na primeira música que não me recordo qual, só conseguiamos ouvir a voz do vocalista, os instrumentos não deviam estar bem sintonizados ou alguma coisa do tipo, muita reclamação de algumas pessoas na platéia, que pelo jeito eram experts em sonorização, pois gentilmente gritavam milhares de sugestões para o vocalista sem se esquecerem de chamá-lo carinhosamente de "animal", isso quando no final de cada sugestão não gritavam palavras de incentivo que rimam com jambú e baralho. Duas músicas depois parecia estar tudo ok com o som, mas para a minha surpresa, durante o intervalo entre as músicas, as mesmas pessoas que dançavam e cantavam enquanto a banda tocava, misteriosamente sofriam algum tipo de mutação de personalidade e faziam súplicas para que a banda fosse embora ou apontavam os polegares para baixo.
Tá certo que a banda Los Canalhas não foi a mais afinada que eu já ouvi na vida, foi até bem ruinzinha pra dizer a verdade, mas pô, o que se esperar de um som em uma festa chamada Trash 80´s? Se achou ruim, vai pra boate ou rave mais próxima e se divirta.
Eu sei que me diverti muito ouvindo clássicos do Rock dos anos 80 somados a músicas de programas que marcaram minha infância, como O Carimbador Maluco, Superfantástico e Pular Corda.
Lá pelas três da manhã Los Canalhas foram embora e entrou um DJ com um repertório que acredito ser o que está rolando atualmente nas boates, foi a deixa pra todos os insatisfeitos pularem e dançarem ensandecidamente e também para eu perceber que já estava na hora de voltar para casa.
Longa vida ao Rock´n´Roll e a todos os canalhas que não o deixam morrer.

Esclarecimento sobre as Lendas Amazônicas

Não, eu não sou um louco que sai pelas ruas perguntando às pessoas o que elas sabem de Lendas Amazônicas, essas duas histórias (Matinta Perera e Curupira) que eu publiquei aqui no blog são trechos de entrevistas que eu venho fazendo para a elaboração do meu TCC que apresentarei no final do ano.
Desde que me entendo por gente sou fascinado por esses seres encantados que povoam o imaginário (as vezes nem tão imaginário assim) amazônico, e são histórias e causos tão interessantes e tão ricos em detalhes que acho uma pena não serem mais explorados e conhecidos pelo Brasil inteiro.
Depois da minha formatura um dos milhares de projetos que tenho é, de alguma forma, tentar chamar a atenção para estas lendas que temos por aqui, pois percebo que, não somente no resto do Brasil, mas nem mesmo as pessoas da nossa região tem a noção das riquezas presentes em nossa cultura.

30 abril, 2005

Declarações sobre o Curupira

“O pai dos meus filho conta que quando ele foi ai pra banda de Abaetetuba... ele nunca tinha ido pra esse lugar, ai ia ser tipo um piquenique né? Um piquenique. Quando chegou lá ele não conhecia o lugar, então as casa era tipo assim uma vila assim na beira da pista, mas tinha uma mata... virgem a mata grande assim (...) né? E ele saiu pra verter água dentro dessa mata.Quando ele entrou ele não soube mais voltar. A Curupira encantou ele (...) ver onde estava a casa, ele se danou a andar pra dentro da mata, mas era mata cerrada, fechada, mas só que pra ele aquele negócio sempre tinha um caminho pra ele passar, ele começou a... também tem um horário que o Curupira encanta a gente dentro do mato: seis da manhã, meio dia e seis da tarde, esse horário diz que não presta ir pra dentro do mato sozinho. Ai... ele se danou pra andar, andou, andou, andou, andou, o que ele gravou da casa era uma lâmpada que tinha na frente da casa, uma lâmpada comum... acesa, ele imaginou “eu não sou daqui, eu não conheço, mas eu vou voltar por que eu to... vou gravar aqui a lâmpada da casa (...) mas (...) dizendo que ele andou muito dentro do mato. Não viu nada, só ouvia apito... ele ouvia gritos, ele ouvia assobio... ele andou muito dentro do mato, ele cansou de andar, ele veio pra beira do caminho e sentou, quando ele tava sentado, distraído, que ele olha... a lâmpada tava bem na frente dele. Isso aconteceu por que ele me falou.”

Beth Cheirosinha, Vendedora do Ver-o-Peso.

28 abril, 2005

Considerações sobre o post abaixo.

Primeiro responderei as perguntas dos comentários:

Karla Nazareth, publicitária, idealizadora, letrista, vocalista e empresária da banda indie do momento "drawn cat´s face" perguntou:

- pq ele não usou o celular?

Acho que o trecho "Sentiu uma vibração no lado esquerdo do peito, era o celular, no bolso interno do paletó agora inutilizado pela água" ficou meio confuso, não deu bem pra saber o que é que foi initilizado pela água, se foi o celular ou o paletó, portanto a resposta é ele não usou o celular por que o mesmo foi inutilizado pela água.

Badá, eleito pelo quinto ano consecutivo Garoto Chiclete com Banana e Garoto Nosso Tom, agora também Garoto Belo Sorriso do Orkut perguntou:

- Se o celular estava inutilizado, como vibrava? hehehe :P

Coloquei este episódio no texto baseado em uma experiência própria, há alguns anos atrás estava saindo do carro e indo assistir uma agradável aula no cursinho quando sem mais nem menos meu celular resolveu dar um mergulho matinal na vala, muito a contragosto enfiei minha mão naquele pequeno rio de água suja e resgatei o maldito, para minha surpresa ele não parava de vibrar enquanto jorrava água por todos os seus orifícios, acreditei então que esse pequeno ataque epliléptico era uma reação comum a todos os aparelhos celulares que se aventuravam no fabuloso mundo das águas.

Segundo, fiz esse texto sem maiores pretensões, nem pensava em continua-lo. mas acontece que não consegui tirar o maldito personagem da cabeça o dia inteiro e já até fiz, mentalmente, uma pequena biografia sua, então, se a inspiração deixar e não vier nos momentos inoportunos de sempre, continuarei-o e quem sabe ele vire algo um pouco maior.

É isso ai!

26 abril, 2005

Esboço de texto Ficção/Policial.

Deu um impulso e ergueu metade do corpo para fora d´água - estava vivo - há exatos dois segundo atrás estava no segundo andar do pequeno prédio tentando ver algum movimento na beira da piscina lá embaixo, quando sentiu duas mãos o empurrarem para frente com uma força incrível, bateu com a linha da cintura no parapeito, deu uma cambalhota no ar e mergulhou na água gelada. Saiu da água, ainda meio desorientado, era quase um milagre não ter se ferido, se caisse a meio metro de diferença suas costas teriam acertado em cheio a borda da piscina, olhou para cima e nada viu, a varanda da qual havia acendido todas as luzes há pouco estava novamente escura, o assassino estava lá. Sentiu uma vibração no lado esquerdo do peito, era o celular, no bolso interno do paletó agora inutilizado pela água, jogou o aparelho longe e decidiu subir novamente as escadas que davam acesso aos apartamentos.
Foi quando ouviu um estalo alguns metros atrás.

24 abril, 2005

Declarações sobre a Matinta Perera



“Ai uma vez fomo pra uma festa, foi eu, meu irmão mais uns cinco primos, antes, a gente ia toda vez nós juntos, toda vez nós ia junto, um monte... ia só de monte, ai meu irmão ia com um bucado né? Ele escutava aquele assobio, quando ele escutava aquele assobio, ai ele começava a mexer, começava a mexer “Êêê vem pra cá, vem pra cá, tu tem medo vem” Ai ele... ai toda vez era isso, ele mexia, a pessoa assobiava ele mexia. Ai teve uma certa vez, uma certa vez, que o sapato dele era branco, ele foi ele pisou na lama, ai ele ficou ficou limpando, ai a gente seguimo em frente, a gente seguimo em frente, ele tava com uma... me lembro até hoje, ele tava com uma calça branca e uma camisa vermelha, ai na (...) interior né?, ai fomo embora e ele ficou pra trás, ai aquele negócio começou a assobiar, fomo embora, ai ele começou a mexer, na hora que ele começou a mexer... rapaz, aquele negócio... ele disse, ele disse que não sabia nem de onde é que vinha tapa, dava tanto tapa nele que ele se rolava no chão, e tapa corria, ele se levantava e tapa corria. Ele tentava correr e choveu e quando ele tentava correr... ele dava uns passos, ele dava uns passos ai a pessoa dava um tapa nele que ele caia no chão... disse que ele olhava pra trás e não via nada, não via nada, não via... só via aqueles tapas correndo. Ai quando ele chegou perto de nós correndo né? A gente olhou pra ele e (...) falou “Que foi?”, “Rapaz, eu peguei uma pisa da Matinta, peguei uma pisa”, “Olha, quem manda tu mexer?”. Por que isso é uma pessoa que se transforma, sabe como é, isso é uma pessoa, por exemplo, se tu ver um assobio... tiver perto de ti tu chegar e falar assim “Olha, vem amanhã buscar teu tabaco e tomar uma xícara de café, amanhã de manhã cedo” que a pessoa que se transforma... ele vem... ele vem na tua casa de manhã cedo, tu... pegar o tabaco dela (...) Tu dá o café (...) tipo um convite né? “Entra aqui” ai ela entra, a pessoa, tu dá o café, o tabaco e vai embora. Ai não te perturba mais”
Jesiel, 32 anos, trabalhador do Ver-O-Peso.

21 abril, 2005

Os Vencedores.

Acabei de ver por inteiro o DVD "Los Hermanos no Cine Íris" e tenho certeza que posso dizer que sem dúvidas essa é a melhor banda brasileira da atualidade. Tanto no show quanto no "filme" que mostra a banda em ensaios, é explicita a humildade, competência e coerência dos quatro e de todos os músicos de apoio. A capacidade do Marcelo Camelo e do Rodrigo Amarante em fazer letras lindas e ao mesmo tempo simples chega a assustar, é uma pena que, pelo o que parece, esse Fest Rock que vai acontecer por aqui tá mais pra Yamada Tim Festival 2, quase as mesmas bandas, e nem sinal de Los Hermanos ou outros grupos e cantores solo que enveredam pelo mesmo caminho.

Mas voltando ao DVD, já é um fato notável que, em um país onde fazer sucesso com músicas recheadas de palavrões ou sem mensagem alguma é extremamente fácil, desde que se pague o velho "jabá" para as rádios que se denominam "do Brasil" ou até fazendo comercial de refrigerante, bandas como os Los Hermanos consigam lotar uma casa de shows. Parabéns pra eles e pra todo o povo que conseguiu um espacinho pra ver aquele show perfeito.

08 abril, 2005

Realização.

Eu sempre quis usar a palavra "horripilante" em algum texto.

Anotações para um curta trash de Terror/Ficção Cientifica.

Dois Astronautas acabam de pousar na lua, estão fazendo toda aquela baboseira de recolher pedras e amostras do solo quando percebem uma sombra crescendo de maneira assustadoramente rápida sobre eles. Ao se virarem enxergam um ser de formação redonda e coloração roxa e de tamanho incálculavel vindo em sua direção em uma velocidade incrível, como se isso não bastasse o monstro ainda emite um som horripilante e ensurdecedor.

Não sei como acaba a história.

29 março, 2005

Pense Grande

Jamais queira ser igual. Grandes pessoas são grandes por que um dia acordaram e decidiram que não queriam ser iguais, queriam ser mais do que pessoas regulares que acordam, tomam seu café, vão para o trabalho, almoçam, trabalham mais, voltam pra casa e dormem. Pessoas regulares estão mortas, só que não sabem, passam o dia carregando seu corpo sem vida de um lado pro outro e o fazem da mesma forma no outro dia e no outro e no outro.
Ouse, pense grande. Grandes idéias são grandes por que antes nunca haviam sido postas em prática, festeje as vitórias e aprenda com as derrotas. “O jogo só acaba quando termina”. Não dance conforme a música, crie seu próprio ritmo. Ninguém fica mais sábio ouvindo conselhos de pessoas que erraram e desistiram. Crie sempre, inove, não seja diferente para chamar a atenção dos outros, seja diferente para se destacar dos iguais, de mente mediana, que morrem de medo do desconhecido. O mundo está cheio de “diferentes iguais”.
Não faça todo dia tudo sempre igual, como na música. Trabalhe, dedique-se ao máximo em projetos que você acredita, divirta-se, tire uma folga a tarde, vá ao cinema, ouça música, cante junto, mesmo que desafinado, ligue para quem você ama só para ouvir sua voz, procure os amigos, converse, ria e esqueça os problemas. Preocupação só serve para espantar o sono, durma.
Não engrosse as estatísticas, não fique estático, mova-se. Seja você mesmo, tenha opiniões, mas mude-as quando perceber que está errado. Só fale sobre um assunto quando você tiver conhecimento do mesmo, do contrário, você pode até conseguir enganar algumas pessoas, mas de que valeria? Elas saberiam tanto do assunto quanto você, nada. Discuta idéias, não pessoas. Não inveje, consiga o seu.
Desconfie de pessoas que insistem ser alvo de inveja, na maioria das vezes essas mesmas pessoas não têm nada para ser invejado. É muito fácil para um idiota dizer que as pessoas o invejam por ele ser tão sábio, conhecido, adorado e bem sucedido. Na maioria das vezes ele é só um idiota mesmo.
Leia, muito e sempre, não leia revistas de fofocas, leia grandes clássicos do passado e bons autores contemporâneos. Evite publicações com fotos de famosos, se elas têm tantas fotos é para tirar a atenção do texto, que é fraco. Ler engrandece e amplia o vocabulário, não se congratule por ter coleções extensas que estão apenas juntando poeira, leia mais, leia Machado de Assis.
Não desista na primeira dificuldade que aparecer, barreiras foram feitas para serem quebradas. Esforce-se, sue. Cicatrizes são inevitáveis, mas são sinais de persistência. Nada que valha a pena vai cair na sua mão sem que você mova um dedo para isso. Você pode até pensar que não, mas as grandes realizações são bem melhores quando são difíceis de serem conquistadas. A melhor fruta é a que fica no topo da árvore.
Você pode se cansar, pode falhar, pode cair e ficar no chão ou levantar e fazer tudo de novo. A escolha é sua, e no final somente você poderá dizer se valeu a pena. Lembre-se: Nunca é tarde para recomeçar. Eu não pretendo levar uma vida mediana e vou começar a mudar hoje, posso alcançar meu objetivo em meses, anos ou décadas, não sei se ao olhar para trás vou sorrir ou chorar, mas com certeza não vou estar arrependido, e você?

28 março, 2005

Cotidiano

Deu um suspiro exagerado e deitou, mais um dia e nada aconteceu. Gosta muito dela, são amigos, ela sabe de suas intenções mas parece não se importar, não que ele nunca tivesse lhe dito sobre sua paixão, ele disse, mas ela apenas respondeu que não se sentia pronta.
Agora estava ali, deitado, olhando para o teto e pensando se já não era hora de conversarem novamente sobre o assunto, ele sente muito medo dela considerá-lo somente mais um amigo, alguém para conversar quando não se estiver fazendo algo mais importante. Enquanto ele a vê em tudo: na roupa que usa, na água que bebe, nos livros que lê e principalmente na música que ouve, sem dúvida ela é a perfeita personificação da música que ele ouve, e ele é só um amigo.
Costumam se falar com freqüência, é verdade, mas já fazem alguns dias que ela não da noticias. Isso basta para deixá-lo doente de saudade, quer saber o que ela esta fazendo, com quem, se conseguiu um trabalho novo, se continua na academia, se ouve o CD que ele lhe deu. A madrugada é a mais cruel parte do dia, pois é quando tudo fica parado, não há movimento no seu quarto, nada de distrações, nada para fazer, nada para dispersar o pensamento que esta longe, quase batendo na porta do apartamento dela.
Os dias se passam e ele jura que vai parar com isso, que vai parar de pensar, que vai se afastar, procurar outra pessoa que combine tanto com ele quanto ela, esse é o maior problema, cansou de procurar opostos que podiam se atrair no começo mas que com o passar do tempo se tornavam insuportáveis, agora quer alguém que seja o seu perfeito equivalente, com os mesmos modos, mesmos gostos e quem sabe até mesmos defeitos, em outra palavra: ela.
Finalmente chega o fim de semana, eles se falam, saem juntos, conversam. Por que ela tem que ser tão linda, tão atraente, tão interessante, tão... ela. O que ela esperava? Que ele não se apaixonasse? Então que para isso ela vire horrorosa, vazia e chata, mesmo assim talvez ele arranjasse uma desculpa para gostar dela.
No fim do dia ele a deixa em casa – Então... tchau. – dois beijinhos, e lá vai ela, passa pelo portão e sobe a escada sem nem olhar para ele, faz tudo isso como se fosse a coisa mais normal, como se o mundo inteiro, para ele, não fosse junto com ela e sumisse dentro do elevador. No sinal fechado ele pega o telefone, quer ligar e dizer que não agüenta mais, e não quer mais ser seu amigo, não quer ser só seu amigo, o sinal abre e ele engata a primeira.
- Talvez amanhã.

Olá!

Sei que estou escrevendo isso pra ninguém, mas tudo bem.
Colocarei aqui textos que eu ache relevantes de serem postados... provavelmente dois ou três e depois vou me cansar, por que não consigo tornar uma coisa pública sem ler alguém dizendo "que bacana" ou "que merda", se é pra ninguem ler que fique no "Meus documentos" mesmo.
Bom, é isso ai, nos próximos segundos virá o primeiro texto.