30 abril, 2005

Declarações sobre o Curupira

“O pai dos meus filho conta que quando ele foi ai pra banda de Abaetetuba... ele nunca tinha ido pra esse lugar, ai ia ser tipo um piquenique né? Um piquenique. Quando chegou lá ele não conhecia o lugar, então as casa era tipo assim uma vila assim na beira da pista, mas tinha uma mata... virgem a mata grande assim (...) né? E ele saiu pra verter água dentro dessa mata.Quando ele entrou ele não soube mais voltar. A Curupira encantou ele (...) ver onde estava a casa, ele se danou a andar pra dentro da mata, mas era mata cerrada, fechada, mas só que pra ele aquele negócio sempre tinha um caminho pra ele passar, ele começou a... também tem um horário que o Curupira encanta a gente dentro do mato: seis da manhã, meio dia e seis da tarde, esse horário diz que não presta ir pra dentro do mato sozinho. Ai... ele se danou pra andar, andou, andou, andou, andou, o que ele gravou da casa era uma lâmpada que tinha na frente da casa, uma lâmpada comum... acesa, ele imaginou “eu não sou daqui, eu não conheço, mas eu vou voltar por que eu to... vou gravar aqui a lâmpada da casa (...) mas (...) dizendo que ele andou muito dentro do mato. Não viu nada, só ouvia apito... ele ouvia gritos, ele ouvia assobio... ele andou muito dentro do mato, ele cansou de andar, ele veio pra beira do caminho e sentou, quando ele tava sentado, distraído, que ele olha... a lâmpada tava bem na frente dele. Isso aconteceu por que ele me falou.”

Beth Cheirosinha, Vendedora do Ver-o-Peso.

28 abril, 2005

Considerações sobre o post abaixo.

Primeiro responderei as perguntas dos comentários:

Karla Nazareth, publicitária, idealizadora, letrista, vocalista e empresária da banda indie do momento "drawn cat´s face" perguntou:

- pq ele não usou o celular?

Acho que o trecho "Sentiu uma vibração no lado esquerdo do peito, era o celular, no bolso interno do paletó agora inutilizado pela água" ficou meio confuso, não deu bem pra saber o que é que foi initilizado pela água, se foi o celular ou o paletó, portanto a resposta é ele não usou o celular por que o mesmo foi inutilizado pela água.

Badá, eleito pelo quinto ano consecutivo Garoto Chiclete com Banana e Garoto Nosso Tom, agora também Garoto Belo Sorriso do Orkut perguntou:

- Se o celular estava inutilizado, como vibrava? hehehe :P

Coloquei este episódio no texto baseado em uma experiência própria, há alguns anos atrás estava saindo do carro e indo assistir uma agradável aula no cursinho quando sem mais nem menos meu celular resolveu dar um mergulho matinal na vala, muito a contragosto enfiei minha mão naquele pequeno rio de água suja e resgatei o maldito, para minha surpresa ele não parava de vibrar enquanto jorrava água por todos os seus orifícios, acreditei então que esse pequeno ataque epliléptico era uma reação comum a todos os aparelhos celulares que se aventuravam no fabuloso mundo das águas.

Segundo, fiz esse texto sem maiores pretensões, nem pensava em continua-lo. mas acontece que não consegui tirar o maldito personagem da cabeça o dia inteiro e já até fiz, mentalmente, uma pequena biografia sua, então, se a inspiração deixar e não vier nos momentos inoportunos de sempre, continuarei-o e quem sabe ele vire algo um pouco maior.

É isso ai!

26 abril, 2005

Esboço de texto Ficção/Policial.

Deu um impulso e ergueu metade do corpo para fora d´água - estava vivo - há exatos dois segundo atrás estava no segundo andar do pequeno prédio tentando ver algum movimento na beira da piscina lá embaixo, quando sentiu duas mãos o empurrarem para frente com uma força incrível, bateu com a linha da cintura no parapeito, deu uma cambalhota no ar e mergulhou na água gelada. Saiu da água, ainda meio desorientado, era quase um milagre não ter se ferido, se caisse a meio metro de diferença suas costas teriam acertado em cheio a borda da piscina, olhou para cima e nada viu, a varanda da qual havia acendido todas as luzes há pouco estava novamente escura, o assassino estava lá. Sentiu uma vibração no lado esquerdo do peito, era o celular, no bolso interno do paletó agora inutilizado pela água, jogou o aparelho longe e decidiu subir novamente as escadas que davam acesso aos apartamentos.
Foi quando ouviu um estalo alguns metros atrás.

24 abril, 2005

Declarações sobre a Matinta Perera



“Ai uma vez fomo pra uma festa, foi eu, meu irmão mais uns cinco primos, antes, a gente ia toda vez nós juntos, toda vez nós ia junto, um monte... ia só de monte, ai meu irmão ia com um bucado né? Ele escutava aquele assobio, quando ele escutava aquele assobio, ai ele começava a mexer, começava a mexer “Êêê vem pra cá, vem pra cá, tu tem medo vem” Ai ele... ai toda vez era isso, ele mexia, a pessoa assobiava ele mexia. Ai teve uma certa vez, uma certa vez, que o sapato dele era branco, ele foi ele pisou na lama, ai ele ficou ficou limpando, ai a gente seguimo em frente, a gente seguimo em frente, ele tava com uma... me lembro até hoje, ele tava com uma calça branca e uma camisa vermelha, ai na (...) interior né?, ai fomo embora e ele ficou pra trás, ai aquele negócio começou a assobiar, fomo embora, ai ele começou a mexer, na hora que ele começou a mexer... rapaz, aquele negócio... ele disse, ele disse que não sabia nem de onde é que vinha tapa, dava tanto tapa nele que ele se rolava no chão, e tapa corria, ele se levantava e tapa corria. Ele tentava correr e choveu e quando ele tentava correr... ele dava uns passos, ele dava uns passos ai a pessoa dava um tapa nele que ele caia no chão... disse que ele olhava pra trás e não via nada, não via nada, não via... só via aqueles tapas correndo. Ai quando ele chegou perto de nós correndo né? A gente olhou pra ele e (...) falou “Que foi?”, “Rapaz, eu peguei uma pisa da Matinta, peguei uma pisa”, “Olha, quem manda tu mexer?”. Por que isso é uma pessoa que se transforma, sabe como é, isso é uma pessoa, por exemplo, se tu ver um assobio... tiver perto de ti tu chegar e falar assim “Olha, vem amanhã buscar teu tabaco e tomar uma xícara de café, amanhã de manhã cedo” que a pessoa que se transforma... ele vem... ele vem na tua casa de manhã cedo, tu... pegar o tabaco dela (...) Tu dá o café (...) tipo um convite né? “Entra aqui” ai ela entra, a pessoa, tu dá o café, o tabaco e vai embora. Ai não te perturba mais”
Jesiel, 32 anos, trabalhador do Ver-O-Peso.

21 abril, 2005

Os Vencedores.

Acabei de ver por inteiro o DVD "Los Hermanos no Cine Íris" e tenho certeza que posso dizer que sem dúvidas essa é a melhor banda brasileira da atualidade. Tanto no show quanto no "filme" que mostra a banda em ensaios, é explicita a humildade, competência e coerência dos quatro e de todos os músicos de apoio. A capacidade do Marcelo Camelo e do Rodrigo Amarante em fazer letras lindas e ao mesmo tempo simples chega a assustar, é uma pena que, pelo o que parece, esse Fest Rock que vai acontecer por aqui tá mais pra Yamada Tim Festival 2, quase as mesmas bandas, e nem sinal de Los Hermanos ou outros grupos e cantores solo que enveredam pelo mesmo caminho.

Mas voltando ao DVD, já é um fato notável que, em um país onde fazer sucesso com músicas recheadas de palavrões ou sem mensagem alguma é extremamente fácil, desde que se pague o velho "jabá" para as rádios que se denominam "do Brasil" ou até fazendo comercial de refrigerante, bandas como os Los Hermanos consigam lotar uma casa de shows. Parabéns pra eles e pra todo o povo que conseguiu um espacinho pra ver aquele show perfeito.

08 abril, 2005

Realização.

Eu sempre quis usar a palavra "horripilante" em algum texto.

Anotações para um curta trash de Terror/Ficção Cientifica.

Dois Astronautas acabam de pousar na lua, estão fazendo toda aquela baboseira de recolher pedras e amostras do solo quando percebem uma sombra crescendo de maneira assustadoramente rápida sobre eles. Ao se virarem enxergam um ser de formação redonda e coloração roxa e de tamanho incálculavel vindo em sua direção em uma velocidade incrível, como se isso não bastasse o monstro ainda emite um som horripilante e ensurdecedor.

Não sei como acaba a história.